Espírito Santo pode ter a maior safra de café da história em 2020

Ainda não terminou o primeiro mês de 2020 e a economia do Espírito Santo recebe uma das melhores notícias que poderia desejar para crescer neste ano. Trata-se de uma supersafra de café, prevista pela Conab – instituição bússola do mercado. Se não houver imprevisto (climático ou outro de grande repercussão) , pode ser a maior colheita da história da cafeicultura no território capixaba, superando 15 milhões de sacas (somando-se arábica e conilon).
A primeira previsão da Conab para 2020 indica que para a espécie conilon, o Espírito Santo terá uma produção entre 9,01 e 10,67 milhões de sacas. O recorde capixaba anterior é relativamente recente. Foi registrado em 2014, com 9,950 milhões de sacas, segundo a Conab, embora em municípios produtores muita gente acredita que a soma tenha passado de 10 milhões de sacas. Que se prepare a Cooabriel (maior cooperativa de conilon da América Latina) para receber novo recorde de volume em 2020.
O Brasil inteiro deverá produzir entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas de conilon neste ano, diz a Conab. Neste bolo, a participação do Espírito Santo deve ficar entre 64,5% e 66,2%. É muito expressiva, sem dúvida, mas em décadas passadas o naco capixaba foi maior. No entanto, a produção nacional tornou-se um pouco mais diluída, em função do crescimento da produção em outros Estados.
Agora, falemos do arábica. Para esse tipo de café, a Conab estima que o campo capixaba colherá em 2020 um volume entre 4,01 e 4,77 milhões de sacas (resultado favorecido pela bienalidade positiva do produto). Para nós, é muita coisa. O recorde anterior do arábica no Estado tinha sido de aproximadamente 3,9 milhões de sacas, em 2016. Para o Brasil, a previsão de colheita de colheita do arábica oscila entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de sacas. Comparada à safra ao ano passado, significa alta entre 26% e 34,1%, respectivamente.
A produção de café do Brasil, maior exportador global, também prenuncia-se recorde em 2020. De acordo com o primeiro levantamento Conab, ficará entre 57,2 milhões e 62,02 milhões de sacas (arábica e conilon), a serem tiradas dos pés entre abril e setembro.
O café responde por cerca de 35% do PIB agrícola capixaba. A fartura do volume anima a economia estadual. Obviamente, o impacto seria muito maior se o preço do café não estivesse tão baixo. Mesmo assim, espera-se intensificação do movimento no comércio e ampliação da arrecadação tributária em mais de 60 cidades.
A renda da população nessas regiões tende a subir. Abrem-se frentes de trabalho na roça, no período em que os grãos do café são tirados da planta. No ano passado, vale lembrar, foram contratados 810 trabalhadores em apenas um mês, abril, para a colheita de conilon, que atingia o auge. O número equivale a 56% dos 1.438 empregos criados em toda a economia estadual, naquele mês, segundo o Caged.
O volume de café exportado pelo Espírito Santo em 2019 ( 5,73 milhões de sacas) foi o maior registrado desde 2016, ou seja, nos últimos quatro anos, conforme dados do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV). Para 2020, a grande safra traz a perspectiva de embarcar uma quantidade maior.
Fonte: A Gazeta
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